Ácido retinoico

Ácido retinoico

A pele, o maior órgão do corpo humano, apresenta dois tipos de envelhecimento cutâneo: intrínseco e fotoenvelhecimento. O primeiro representa o processo de envelhecimento comum aos outros órgãos, o segundo, mais intenso e evidente, decorre de danos causados pela radiação ultravioleta.


O envelhecimento proveniente da idade é mais suave, lento e gradual; causa danos estéticos muito pequenos. Já o fotoenvelhecimento é mais agressivo à superfície da pele e responsável por modificações como rugas, engrossamento, manchas e câncer de pele.


Existem características especiais que diferenciam esses dois tipos de envelhecimento. No intrínseco, a textura da pele é lisa, homogênea e suave. Ocorre atrofia da epiderme e da derme, bem como menor número de manchas e rugas superficiais. No fotoenvelhecimento, a pele assume uma superfície áspera, nodular e espessa, com inúmeras manchas, além de rugas profundas e demarcadas.


Histologicamente, a característica mais marcante do envelhecimento cronológico é a atrofia e a retificação da epiderme, enquanto no fotoenvelhecimento é a elastose. No envelhecimento intrínseco ocorre diminuição do número de melanócitos enquanto os queratinócitos permanecem normais, há também diminuição na quantidade de elastina e colágeno e a vascularização se mantém normal.


No fotoenvelhecimento, os queratinócitos tornam-se displásicos pelo fotodano e o número de melanócitos aumenta e distribui pigmento irregularmente. Aparece a zona de grenz (faixa eosinofílica cicatricial), as fibras colágenas se desorganizam, as elásticas se transformam em massas amorfas (elastose) e a parede duplicada dos vasos fica rodeada por infiltrado linfo-histiocitário, caracterizando heliodermatite.


Para esses problemas, já existem tratamentos consagrados, como os ácidos retinoicos, que agem principalmente no controle da proliferação e da diferenciação celulares, além de prevenir a perda e estimular a formação de colágeno novo.


A habilidade do ácido retinoico – particularmente de todas as formas trans (tretinoína) – de reverter alterações do fotoenvelhecimento tem sido reconhecida há aproximadamente 20 anos. A pele humana tratada com tretinoína apresenta maior número e atividade de fibroblastos, bem como redução da atividade melanocítica e rápida formação de zona subepidérmica de tecido conectivo com colágeno novo, filamentos de ancoragem e fibrilas. Em estudos controlados iniciais com terapia tópica com tretinoína para danos solares, percebeu-se melhora tanto clínica quanto histológica na pele da face tratada com creme de tretinoína a 0,05 ou 0,1%.


Os retinoides, principalmente o ácido retinoico, têm capacidade de melhorar e compactar a camada córnea, proporcionando um aspecto mais homogêneo à superfície da pele. Quando há melhora da camada córnea, automaticamente ocorre diminuição da água transepidérmica, melhorando a hidratação cutânea. A epiderme, responsável pela queratinização, também amplia sua troca e função. O melanócito é estimulado a distribuir melhor a melanina.


A ação da tretinoína nas manchas relaciona-se com a eliminação das camadas mais superficiais e também com uma melhor distribuição de melanina. A ação nos vasos, promovendo angiogênese, e nas fibras, estimulando a neocolagênese, é importante para melhorar o aspecto cutâneo dos braços e das mãos.


O uso da tretinoína tópica como tratamento para rosto, braços e mãos é interessante para preparar a pele para tratamentos específicos como peelings e lasers. Em geral, há melhoria da textura e da aparência da pele, e clareamento em cerca de 1 mês.


Outro benefício do tratamento com ácido retinoico é o aumento da tonicidade da parede dos vasos, evitando equimoses e manchas arroxeadas.


A tretinoína pode provocar efeitos colaterais, como eritema, descamação e dolorimento. Portanto, é importante que o veículo propicie hidratação constante.


A exemplo dos retinoides, é fundamental manter tratamentos que utilizem ativos “velhos”, porém bons.



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