CFM orienta médicos sobre medidas de prevenção e uso de EPI

CFM orienta médicos sobre medidas de prevenção e uso de EPI

O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nota em que esclarece que estará atento à organização das medidas de prevenção e controle de infecção nos serviços de saúde, bem como à disponibilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) aos médicos e demais profissionais e que não admitirá que gestores (públicos e privados) ignorem essas exigências, definidas, inclusive, pelas autoridades sanitárias.


Para ajudar na fiscalização do cumprimento dessas exigências de segurança, criou uma plataforma, em seu site, pela qual o médico poderá fazer a comunicação de falta de EPI e infraestrutura nas unidades de atendimento. A expectativa é que este tipo de ação dinâmica que contemple a necessidade urgente de EPIs e de medidas de prevenção e controle de infecção, evite baixas nas equipes de atendimento.


O CFM ressalta aos médicos e demais profissionais da saúde a importância de garantir – sob qualquer circunstância ‐ que políticas e boas práticas para prevenção ao novo coronavírus (SARS‐CoV‐2) sejam implementadas, desde antes da chegada do paciente ao serviço de saúde, estendendo-se durante toda a oferta de assistência.


Com base em orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e para facilitar a incorporação dessas medidas à rotina dos profissionais destaca as seguintes recomendações: 


TRANSPORTE DE CASOS SUSPEITOS OU CONFIRMADOS DE COVID‐19 

  • Providenciar máscara cirúrgica para o caso suspeito ou confirmado de COVID‐19; 
  • Realizar a paramentação adequada, com os EPIs, para a equipe que fará o transporte; 
  • Melhorar a ventilação do veículo durante o transporte;  
  • Limpar e desinfectar todas as superfícies internas do veículo após o transporte (usar álcool a 70%, hipoclorito de sódio ou outro desinfetante indicado para este fim);
  • Seguir procedimento operacional padrão para limpeza e desinfecção do veículo, definido pela autoridade sanitária; 
  • Após esses processos, lavar as mãos com água e sabão ou friccionar com álcool em gel a 70%;
  • Evitar o transporte interinstitucional de casos suspeitos ou confirmados. Se for realmente necessário, o paciente deve usar máscara, obrigatoriamente;
  • Casos suspeitos ou confirmados transportados em ambulância devem ser reportados ao responsável pelo serviço de destino, se possível antes da chegada.

ATENDIMENTO AMBULATORIAL OU PRONTO ATENDIMENTO

  • Ao agendar consultas, questionar pacientes e acompanhantes sob sintomas de alguma infecção respiratória;
  • Em caso positivo, pedir que sejam tomadas as ações preventivas apropriadas desde a chegada ao serviço (higienização frequente das mãos, adoção de “etiqueta e toalete respiratória” e uso de máscara cirúrgica);
  • Pacientes com sintomas respiratórios devem usar papel descartável para conter secreções infecciosas e após realizar higiene das mãos com água e sabonete líquido ou álcool gel a 70%; Casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus devem permanecer preferencialmente em área separada até a consulta ou encaminhamento para hospital (caso seja necessária remoção); 
  • Estimular e prover condições para adequada higiene das mãos (pia, com a disponibilidade de água e sabonete líquido, além de papel toalha) e acesso à álcool gel ou solução a 70%. 

TRIAGEM E ESPERA POR ATENDIMENTO

  • Orientar o paciente sobre a realização de higiene respiratória e etiqueta de tosse (uso de máscara cirúrgica sobre o nariz e a boca do paciente);
  • Orientar que o paciente permaneça em área isolada até a consulta;
  • Oferecer suprimentos para higiene respiratória e etiqueta de tosse, incluindo condições para higiene das mãos, máscaras e lenços de papel ou papel toalha descartáveis;
  • Explicar aos pacientes sobre a importância da higiene frequente das mãos com água e sabonete líquido (40‐60 segundos) ou álcool a 70% (20 segundos), sempre que houver contato com secreção respiratória;
  • Orientar pacientes e profissionais de saúde para evitarem tocar olhos, nariz e boca com as mãos;
  • Realizar limpeza e desinfecção de objetos e superfícies tocados com frequência por pacientes e equipes;
  • Lembrar aos profissionais de saúde de evitar tocar superfícies próximas ao paciente (mobiliário e equipamentos para a saúde) com luvas ou outros EPIs contaminados ou com as mãos sem higienização;
  • Não circular pelo serviço de saúde utilizando EPIs, que devem ser imediatamente removidos antes da saída do quarto, enfermaria ou área de isolamento;
  • Se o profissional sair de uma área para outra, em sequência, não há necessidade de trocar óculos/protetor facial, máscara e gorro, somente avental e luvas, assim como higienizar as mãos. 

DURANTE A ASSISTÊNCIA À SAÚDE

  • Em procedimentos, que podem gerar aerossóis, obrigatoriamente, usar máscara de proteção respiratória (respirador particulado) com eficácia mínima na filtração de 95% de partículas de até 0,3μ (tipo N95 e outras);
  • Utilizar precauções‐padrão para todos os pacientes, ou seja, agir como se todas as pessoas estivessem potencialmente infectadas;
  • Em caso de procedimentos que gerem aerossóis (indução à tosse, intubação, extubação, aspiração traqueal, ressuscitação cardiopulmonar, ventilação manual antes da intubação, indução de escarro, coletas de amostras nasotraqueais), adotar precauções específicas;
  • Esse tipo de procedimento deve ser realizado preferencialmente em unidade de isolamento respiratório com pressão negativa e filtro HEPA (High Efficiency Particulate Arrestance);
  • Na ausência desse tipo de unidade e de filtro HEPA, deve‐se colocar o paciente em quarto com portas fechadas e janelas abertas e restringir o número de profissionais durante estes procedimentos.  

ORIENTAÇÕES GERAIS SOBRE O USO DE EPIs 

  • Máscaras cirúrgicas devem ser usadas por pacientes com sintomas de infecção respiratória (febre, tosse, espirros, dificuldade para respirar) e por profissionais de saúde e profissionais de apoio que prestarem assistência a menos de um metro do caso suspeito ou confirmado. Máscaras N95 ou equivalente devem ser usadas apenas por profissionais de saúde que realizam procedimentos geradores de aerossóis;
  • As luvas de procedimentos não cirúrgicos devem ser utilizadas em qualquer contato com o paciente ou seu entorno; 
  • Quando o procedimento a ser realizado no paciente exigir técnica asséptica, devem ser utilizadas luvas estéreis (cirúrgicas); 
  • Os óculos de proteção ou protetores faciais devem ser utilizados pelo profissional quando houver risco de exposição a respingos de sangue, secreções corporais e excreções; 
  • Esse tipo de EPI (óculos de proteção ou protetor facial) deve ser exclusivo de cada profissional, devendo ser, após o uso, limpo e desinfectado com álcool líquido a 70%, hipoclorito de sódio ou outro desinfetante recomendado pelo fabricante. Se estiver sujo, deve ser lavado com água e sabão/detergente, seco e somente após passar por desinfecção; 
  • O capote ou avental (gramatura mínima de 30g/m2) deve ser utilizado para evitar a contaminação da pele e roupa do profissional, sendo que seu uso deve ser avaliado pelo profissional a depender do quadro clínico do paciente; 
  • Esse tipo de EPI (capote ou avental) deve ter mangas longas, punho de malha ou elástico e abertura posterior. Deve ser removido e descartado após a realização de procedimentos e antes de sair do quarto do paciente ou da área de assistência;  
  • Deve‐se ter a máxima atenção quando da “desparamentação”, quando é feita a retirada de cada EPI; 
  • Após esse processo, deverá sempre ser feita a higiene das mãos, pois este é o momento de maior risco de auto‐contaminação;
  • Os profissionais da saúde devem realizar higiene de mãos, de acordo com os cinco passos marcantes preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS):

1) antes do contato com o paciente, 

2) antes da realização do procedimento asséptico;  

3) após risco de exposição a fluídos corporais;  

4) após contato com o paciente;

5) após contato com áreas próximas ao paciente.


 Fonte: CFM

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