Diretrizes para o Tratamento Farmacológico da Covid-19

Diretrizes para o Tratamento Farmacológico da Covid-19

No dia 18 de maio foram publicadas as Diretrizes para o Tratamento Farmacológico da Covid-19, desenvolvidas pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Sociedade Brasileira de Infectologia e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.


O principal objetivo é proporcionar uniformidade nas indicações terapêuticas no contexto de Covid-19, e orientar estas intervenções terapêuticas por meio das melhores evidências científicas disponíveis no momento de sua elaboração.


Um grupo de 27 especialistas e metodologistas integrou a força-tarefa formada pelas três entidades, realizaram revisões sistemáticas rápidas, atualizadas até 28 de abril de 2020. Foram geradas 11 Recomendações (lista abaixo), embasadas em evidência de nível baixo ou muito baixo.


RECOMENDAÇÕES:


1: Sugerimos não utilizar hidroxicloroquina ou cloroquina de rotina no tratamento da Covid-19 (recomendação fraca, nível de evidência baixo)


2: Sugerimos não utilizar a combinação de hidroxicloroquina ou cloroquina e azitromicina de rotina no tratamento da Covid-19 (recomendação fraca, nível de evidência muito baixo)


3: Recomendamos não utilizar oseltamivir no tratamento da Covid-19, em pacientes sem suspeita de infecção por influenza (recomendação forte, nível de evidência muito baixo)


4: Sugerimos utilizar tratamento empírico com oseltamivir em pacientes com síndrome respiratória aguda grave, ou em síndrome gripal com fatores de risco para complicações, onde não se possa descartar o diagnóstico de influenza (recomendação fraca, nível de evidência muito baixo)


5: Sugerimos não utilizar lopinavir/ritonavir de rotina no tratamento da Covid-19 (recomendação fraca, nível de evidência baixo)


6: Sugerimos não utilizar glicocorticosteroides de rotina em pacientes com Covid-19 (recomendação fraca, nível de evidência muito baixo)


7: Sugerimos não utilizar tocilizumabe de rotina no tratamento da Covid-19 (recomendação fraca, nível de evidência muito baixo)


8: Recomendamos utilizar profilaxia para tromboembolismo venoso de rotina em pacientes hospitalizados com Covid-19 (recomendação forte, nível de evidência muito baixo)


9: Sugerimos não utilizar heparinas em dose terapêutica de rotina no tratamento da Covid-19 (recomendação fraca, nível de evidência muito baixo)


10: Sugerimos não utilizar antibacterianos profiláticos em pacientes com suspeita ou diagnóstico da Covid-19 (recomendação fraca, nível de evidência muito baixo)


11: Recomendamos utilizar antibacterianos em pacientes com Covid-19, com suspeita de coinfecção bacteriana (recomendação não graduada)


Segundo as diretrizes, não há indicação de uso de rotina de hidroxicloroquina, cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, corticosteroides ou tocilizumabe no tratamento da Covid-19. Deve ser utilizada heparina em doses profiláticas no paciente hospitalizado, mas não deve ser realizada anticoagulação na ausência de indicação clínica específica. Os antibacterianos e oseltamivir devem ser considerados somente nos pacientes em suspeita de coinfecção bacteriana ou por influenza respectivamente.


Ainda de acordo com o documento, até o momento, não há intervenções farmacológicas com efetividade e segurança comprovada que justifique seu uso de rotina no tratamento da Covid-19, devendo os pacientes serem tratados preferencialmente no contexto de pesquisa clínica. As recomendações serão revisadas continuamente de forma a capturar a geração de novas evidências.


Fonte: Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI)


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