No passado, as feridas do coração e dos grandes vasos eram sempre consideradas fatais e intratáveis. Atualmente, porém, com o desenvolvimento e o aprimoramento dos materiais e das técnicas de cirurgia, tornou-se possível prestar melhor atendimento aos portadores de traumatismos cardíacos, com redução acentuada na morbimortalidade.
Por Dr. Marco Tulio Baccarini Pires – O reparo imediato das lesões arteriais das extremidades melhora a recuperação funcional e reduz a mortalidade das vítimas de traumatismos. Neste sentido, o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas, a utilização de material apropriado e o treinamento das equipes que prestam o primeiro atendimento de reanimação ao paciente portador de traumatismo arterial foram fatores que contribuíram para a diminuição dos índices de mortalidade e de complicações, tais como perda de membros, acidentes vasculares cerebrais e perda de função. Apesar disso, a morbimortalidade ainda é significativa.
O paciente politraumatizado pode desenvolver quadro de insuficiência respiratória pós-traumática (IRPT). Nessa situação, contusão pulmonar direta, atelectasias, aspiração de sangue e de conteúdo gástrico, embolia pulmonar, pneumotórax e hemotórax são fatores causais bem-conhecidos.
As cirurgias venosas por trauma consistem principalmente em procedimentos de ligadura da veia, pelos seguintes motivos: pouco prejuízo funcional para o paciente na maior parte dos casos, mesmo em veias de maior calibre, e risco da cirurgia de reconstrução venosa, de eficácia discutível, pois, em virtude da baixa pressão endovenosa, a trombose pós-operatória é frequente.