Fake news em saúde: um desafio para a prática da Medicina

Fake news em saúde: um desafio para a prática da Medicina

O termo fake news significa “notícias falsas”: informações que não representam a realidade, mas são compartilhadas nas redes sociais e na internet como se fossem verídicas. As consequências são desastrosas, uma vez que o objetivo das fake news é criar uma polêmica em torno de uma situação sem a veracidade e a seriedade necessárias.


As fake news também são utilizadas por profissionais que abusam na difusão de conceitos e tratamentos sem comprovação científica a fim de iludir a população. Além do dano ao cidadão, o próprio Sistema Único de Saúde (SUS) também sofre com os malefícios causados pelas falsas notícias.


Entre exemplos de fake news, destacam-se propostas terapêuticas já comercializadas, mas que não possuem a robusta evidência científica para determinadas indicações ou baseadas em conceitos absurdos. Várias dessas propostas mimetizam estelionato e trazem consigo risco de adoecimento a curto, médio ou longo prazo.


Outro exemplo são os profissionais que se posicionam contra a vacina. Baseiam-se em falaciosos conceitos para propagar o mal à humanidade. Há também aqueles que prescrevem fórmulas emagrecedoras ou termogênicas que contêm substâncias com elevado risco de danos ao organismo. Outros tampouco hesitam em prescrever anabolizantes em pacientes jovens com o intuito de fazê-los emagrecer e modular o corpo, mas escondendo os efeitos nefastos que esse paciente pode sofrer em seu sistema cardiovascular, testículos, rins e fígado. O pior é que as consequências podem se manifestar muitos anos após o uso desses medicamentos.


Neste momento, o uso abusivo de suplementos alimentares para aumento de massa muscular é cada vez mais incentivado pelas fake news. Há estudos que demonstram que diversos suplementos contêm substâncias tóxicas, como o Chá Verde, a Garcínia e até mesmo anabolizantes. Os suplementos proteicos têm potencial de causar dano renal, e o prescritor geralmente esconde isso do usuário.


Diante dessa calamitosa situação, é necessária uma legislação mais robusta para punir as fake news, assim como uma legislação regulatória específica para fitoterápicos e suplementos alimentares no sentido de exigir, antes da sua comercialização, estudos que garantam os benefícios expostos nos seus rótulos.


Na atualidade, o lucrativo mercado das fake news vende produtos bons para aqueles que os indicam e os comercializam, mas com potenciais prejuízos para os usuários.


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