Imunizações | Proteção Individual e Coletiva

Imunizações | Proteção Individual e Coletiva

A cada ano, as vacinas evitam mais de 2,5 milhões de mortes causadas por doenças infecciosas em todo o mundo (1). Esses resultados só foram possíveis em locais onde altas coberturas vacinais foram atingidas, graças à imunização em massa.


Quando vacinas são oferecidas de forma individual, buscando-se a proteção daquela pessoa vacinada, não é possível perceber resultado de impacto para a saúde da coletividade e para o controle de doenças no país (2).


No entanto, baseadas no princípio básico da vacinação, o de que impedir que pessoas adoeçam é melhor, em todos os sentidos, do que tratá-las, sociedades médicas de vários países recomendam, para a proteção individual, calendários de vacinação que vão além do previsto pela saúde pública, até que a vacinação em massa e gratuita seja possível.


Os diversos calendários de vacinação são diferentes, mas têm em comum o objetivo de elaborar estratégias, considerando a proteção do indivíduo baseada em evidências científicas atualizadas, nas características de cada vacina, em dados epidemiológicos e na relação custo/benefício individual e coletiva (2).


Nos calendários dos programas de vacinação dos diferentes países estão incluídas as vacinas recomendadas pelas autoridades de saúde como rotina para grupos de risco, aquelas de responsabilidade dos governos e ofertadas gratuitamente ao maior número possível de cidadãos (3).


Já os calendários de vacinação das sociedades médicas recomendam, além das vacinas incluídas nos programas públicos, aquelas consideradas benéficas para a saúde do indivíduo, de acordo com análises técnico-científicas, considerando sua eficácia e segurança, a epidemiologia local e os riscos especiais a que esses indivíduos possam estar expostos (4).


Pretendem servir de orientação para o médico na definição do programa de vacinação para seu paciente. Segundo o nosso Código de Ética Médica (CEM), “o médico deve respeitar a autonomia do paciente, não devendo tomar decisões pelo paciente a não ser em risco iminente de vida” e “comete falta ética o médico que realiza procedimento não autorizado pelo paciente desobedecendo ao princípio da autonomia, ainda que movido por boas intenções”. O CEM também estabelece que o médico deve aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso científico em benefício do paciente (3).


Portanto, o paciente deve receber informações justas, claras e adequadas sobre todos os imunobiológicos recomendados para ele, de forma que, assim, possa tomar suas decisões. Os calendários públicos e das sociedades médicas têm pontos de vista diferentes, mas um objetivo comum: a prevenção primária de doenças infecciosas potencialmente graves e de risco para cada grupo-alvo, por faixa etária ou riscos específicos. De um lado, está a responsabilidade dos governos em investir na saúde da coletividade; de outro, a responsabilidade médica também com a proteção individual.


Cabe ao médico, portanto, manter-se constantemente atualizado a fim de poder informar seu paciente (criança, adolescente, adulto ou idoso) sobre os avanços da vacinologia.


Referências bibliográficas

  1. CDC. Global Vaccine Action Plan 2011-2020. Disponível em: http://www.who.int/immunization/global_vaccine_action_plan/GVAP_doc_2011_2020/en. Acesso em: 15 de agosto de 2015.
  2. Ministry of Health. New Zealand Immunisation Handbook 2011. Disponível em: http://www.moh.govt.nz/notebook/nbbooks.nsf/0/b67e77772caca07ccc2578f00080c593/$FILE/ImmunisationHandbook2011-v3.pdf.
  3. Acesso em: 15 de agosto de 2015.Ballalai I. Manual prático de imunizações. 1. ed. São Paulo: AC Farmacêutica; 2013.
  4. Carvalho AP, Faria SM. Artigo de revisão: Vacinação da criança e adolescente. Resid Pediatr. 2014; 4(3)(Supl. 1):S10-S22.

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