A presença de médicos especialistas na linha de frente do atendimento em saúde, seja em ambulatórios ou pronto-atendimentos, é rara, incomum e muitas vezes incompatível com determinadas áreas. A organização e a regulação dos sistemas que coordenam e gerenciam estes espaços priorizam a disponibilidade de profissionais médicos generalistas ou que representam amplos programas de atendimento sem privilegiar eixos específicos.
Nos últimos meses, a população e os governos têm dedicado esforços para frear o avanço dos casos de Covid-19, doença causadora da pandemia responsável pela morte de milhares de pessoas em inúmeros países. A infecção pelo coronavírus parece “conhecer” todas as cadeias de “sinalização celular” que se associam ao sistema imune. Essa resposta em cascata relaciona-se com a presença de citocinas liberadas pelos linfócitos B, ativadas por macrófagos que, posteriormente, processam antígenos do vírus em questão. Tal informação é rapidamente repassada para o linfócito T.
O Dr, Rubens José Galhardi, professor titular de Neurologia da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e Presidente da Associação Paulista de Neurologia analisa as manifestações neurológicas nesta época de pandemia, destacando a agressividade do vírus no sistema nervoso.
As cefaleias secundárias ocorrem quando há alguma comorbidade que possa cursar com dor de cabeça. Embora algumas situações possam parecer óbvias, outras demandam alto grau de suspeição. O não reconhecimento das cefaleias de interesse neurocirúrgico pode provocar sério risco à saúde dos pacientes. As condições clínicas que necessitam propedêutica específica são apresentadas por meio de casos clínicos ilustrativos e que foram conduzidos pelo autor.
Wanderley Cerqueira de Lima, coordenador de uma das equipes de neurocirurgia da Rede D’or de Hospitais, informa que pacientes neurológicos requerem cuidados redobrados quando contaminados com o coronavírus. O cenário fica mais crítico dentro da população idosa. Esses pacientes precisarão, além do tratamento específico para o coronavírus, de medicações e possíveis recursos intensivos e hospitalares mais sérios de acordo com cada caso.