Prevenção contra as hepatites virais

Prevenção contra as hepatites virais

As hepatites virais são um importante problema de saúde pública e merecem a atenção de todos, pois podem provocar lesões graves ao fígado – no Brasil, particularmente, as hepatites crônicas B e C ainda são responsáveis por mais de 40% dos casos de transplante desse órgão. Por serem silenciosas, as hepatites evoluem por décadas sem diagnóstico, mas causam danos progressivos ao fígado. Por isso, muitos pacientes portadores desses vírus não sabem que estão com a doença.


Apesar de não ser detectada precocemente, a inflamação provoca fibrose e, à medida que evolui, bloqueia a passagem de sangue no fígado, causando cirrose, a qual, por sua vez, predispõe ao câncer de fígado. Por isso, é preciso alertar os pacientes sobre os grupos de risco e orientar cuidados básicos de prevenção, particularmente contra as hepatites B e C, que podem se tornar crônicas.


Existe vacina contra a hepatite B, e a pesquisa do antígeno AgHBs possibilita o diagnóstico precoce da doença. Contra a hepatite C não há vacina, mas o diagnóstico pode ser facilmente realizado com a detecção do anticorpo anti-HCV. Esses exames são indicados para os seguintes grupos: todos os indivíduos a partir dos 50 anos de idade; que tenham apresentado infecções sexualmente transmissíveis; que tenham recebido transfusão de sangue antes de 1994; e/ou que tenham compartilhado seringas ou feito tatuagens em estúdios sem a devida certificação da Vigilância Sanitária.


Para evitar essa doença, a população também deve ser orientada a usar preservativo em todas as relações sexuais e evitar o compartilhamento de objetos como agulhas, alicates e cortadores de unhas, que podem estar contaminados e facilitar a transmissão do vírus.


A campanha Julho Amarelo acende o alerta sobre esses cuidados contra as hepatites virais, mas é fundamental destacar também os cuidados contra as hepatites causadas por substâncias que agridem o fígado, como chás, anabolizantes, suplementações hormonais e outros medicamentos que não tiveram eficácia comprovada cientificamente. É importante que os pacientes jamais se automediquem e tampouco acreditem que chás sejam inofensivos por serem naturais. Todos os medicamentos, sintéticos ou naturais, têm princípios ativos que são metabolizados no fígado e, portanto, podem causar doença hepática.


Em tempos de combate à COVID-19, quando várias substâncias sem comprovação científica são mencionadas como opções terapêuticas, o cuidado com a toxicidade deve ser redobrado.


As hepatites virais se subdividem em A, B, C, D e E, e cada uma tem formas específicas de prevenção e transmissão.


Hepatite A. Transmite-se por ingestão de água ou alimentos contaminados e por contato direto com pessoa infectada. Existe vacina para prevenção.


Hepatite B. Transmite-se por relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de objetos contaminados (como agulhas, alicates e cortadores de unhas) e por via perinatal (de mãe para filho). Existe vacina segura para prevenção.


Hepatite C. Transmite-se também por objetos pessoais contaminados, por via perinatal e por transfusão de sangue infectado. Não existe vacina, mas seu tratamento evoluiu e, hoje, há medicamentos que garantem uma taxa de cura de 95%.


Hepatite D. Transmite-se por todos os fatores da hepatite C e pode ser prevenida indiretamente pela vacinação contra hepatite B.


Hepatite E. Pouco comum no Brasil, transmite-se também por alimentos contaminados, e não existe vacina para prevenção. Seu tratamento demanda repouso completo.


 


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