Promoção da Saúde Cardiovascular

Promoção da Saúde Cardiovascular

As doenças cardiovasculares são responsáveis por 29% do total de óbitos, com uma taxa crescente em países menos desenvolvidos, alcançado 80% das mortes por doenças não transmissíveis. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, houve 7,4 milhões de mortes devido à cardiopatia isquêmica e 6,7 milhões por acidente vascular encefálico no ano de 2012. [1] Há uma morte por doença cardiovascular a cada 40 segundos, o que equivale a 6,5 vezes a taxa de mortalidade por infecções; 3 vezes a taxa por doenças respiratórias; 2,3 vezes a taxa por mortes violentas e acidentes e 2 vezes a taxa de óbitos por câncer. [2]


Para a prevenção primária das doenças cardiovasculares, as estratégias devem incluir o controle dos fatores biológicos de risco, a abordagem dos determinantes sociais da doença e o tratamento, com ações governamentais e intervenções tanto na população quanto nos indivíduos.


Em relação à dieta, são recomendados a substituição das gorduras saturadas por poli-insaturadas e o consumo de menos de 10% do total de calorias em gorduras saturadas, com pelo menos 200 g de frutas e vegetais por dia, além de 30 a 45 g de fibras. Recomenda-se o consumo de peixes uma a duas vezes/semana, além de uma dieta com menor teor de sal, principalmente para os hipertensos, sendo o consumo de sal inferior a 5 g por dia.


Exercícios físicos aeróbicos também fazem parte da prevenção, e podem ter duração de 30 minutos por dia durante 5 dias na semana (150 min/semana) ou de 15 minutos por dia durante 5 dias na semana, sendo as atividades aeróbicas, nesse último caso, mais vigorosas.


Essas intervenções também têm como objetivo a manutenção do índice de massa corporal (IMC) entre 20 e 25 kg/m2, da circunferência abdominal menor que 94 cm nos homens e 80 cm nas mulheres, além de níveis pressóricos inferiores a 140/90 mmHg (ou < 130/80 mmHg naqueles com comorbidades como diabetes melito e insuficiência renal). [3] No Brasil, a taxa de sobrepeso e obesidade em indivíduos acima dos 18 anos de idade foi de 54,2% em 2014. [1]


Essas medidas de controle também repercutirão no perfil metabólico, cujas metas são manter o LDL-colesterol abaixo de 115 mg/dl – caso o risco cardiovascular seja moderado – e de 100 ou mesmo 70 mg/dl – caso seja alto –, manter o HDL-colesterol acima de 40 mg/dl nos homens e 45 mg/dl nas mulheres, além de manter o nível de triglicerídios abaixo de 150 mg/dl e o de hemoglobina glicada abaixo de 7%. São imperativos a não exposição ao tabagismo, seja ativo ou passivo, e o desencorajamento do uso de bebidas açucaradas e alcoólicas. [3]


Além dessas medidas educacionais, as ações devem incluir: mudanças nos programas de agricultura e indústria, com subsídios para os produtos saudáveis e o aumento de taxas para os insalubres; treinamento adequado dos profissionais de saúde; distribuição e acesso adequados em nível regional aos testes diagnósticos, ao tratamento e à reabilitação; e funcionamento dos sistemas de referência e contrarreferência.


1. http://www.who.int/topics/cardiovascular_diseases/en/. Acessado em 23 de maio de 2016.


2. http://www.cardiometro.com.br/. Acessado em 23 de maio de 2016.


3. Piepoli MF, Hoes AW, Agewall S et al. 2016 European Guidelines on Cardiovascular Disease Prevention in Clinical Practice. Eur Heart J. 2016 First published online: 23 May 2016.


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