Síndrome da bexiga hiperativa | Epidemiologia, causas e tratamento

Síndrome da bexiga hiperativa | Epidemiologia, causas e tratamento

Por Dr. João Antonio Pereira Correia – De acordo com inquérito epidemiológico recente, 25% da população brasileira (homens e mulheres) com mais de 40 anos apresentam síndrome da bexiga hiperativa (SBH).1 A International Continence Society define essa afecção vesical como uma condição em que o paciente apresenta “urgência miccional, com ou sem incontinência, geralmente associada a aumento da frequência urinária diurna e/ou noturna, sem infecção urinária ou outra alteração patológica evidente”.2


Em função do sintoma de urgência para urinar, a SBH causa transtornos significativos ao cotidiano dos acometidos, com impactos dramáticos na produtividade, bem como na vida social e sexual da maioria dos indivíduos.3 Apesar de reconhecidamente associada a fatores como menopausa, envelhecimento, obesidade, consumo de cafeína e gestação, a causa ainda é desconhecida.4


O tratamento obedece uma sequência e deve ser individualizado, mas seguir inicialmente terapias conservadoras, como fisioterapia do assoalho pélvico, mudança dos hábitos de vida e treinamento vesical. Como terapêutica de segunda linha é possível adotar os medicamentos anticolinérgicos e fármacos da classe dos agonistas β3. Caso os sintomas não sejam amenizados com nenhum dos tratamentos, é possível considerar a neuromodulação sacral, estimulação do nervo tibial posterior e a aplicação intravesical da toxina botulínica.5


Referências bibliográficas


  1. Soler R, Gomes CM, Averbeck MA, Koyama M. The prevalence of lower urinary tract symptoms (LUTS) in Brazil: results from the epidemiology of LUTS (Brazil LUTS) study. Neurourol Urodyn.2018;37(4):1356-64.
  2. Abrams P, Cardozo L, Fall M, Griffiths D, Rosier P, Ulmsten U et al. The standardisation of terminology of lower urinary tract function: report from the Standardisation Sub-committee of the International Continence Society. Neurourol Urodyn.2002;21(2):167-78.
  3. Abrams P, Kelleher CJ, Kerr LA, Rogers RG. Overactive bladder significantly affects quality of life. Am J Manag Care.2000;6(11 Suppl):S580-90.
  4. Boer TA, Slieker-ten Hove MCP, Burger CW, Vierhout ME. The prevalence and risk factors of overactive bladder symptoms and its relation to pelvic organ prolapse symptoms in a general female population. Int Urogynecol J. 2011;22(5): 569-75.
  5. EAU Guidelines. Edn presented at the EAU Annual Congress Copenhagen 2018.

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