A Oncologia de Precisão se tornou um novo paradigma na fisiopatologia molecular, no diagnóstico, no prognóstico e, principalmente, no tratamento do câncer. Já a partir do final da década de 1990, os primeiros agentes antiblásticos alvo-direcionados ou alvo-moleculares foram aprovados para uso comercial, como o trastuzumabe (anticorpo monoclonal direcionado a tumores com hiperexpressão da proteína HER2 codificada pelo gene ERBB2) e o rituximabe (anticorpo monoclonal direcionado a linfomas com expressão da proteína de superfície celular CD20). A partir daí, houve um desenvolvimento muito rápido e robusto da identificação de novos alvos moleculares e suas terapias específicas, especialmente com o crescente uso de anticorpos monoclonais específicos e inibidores de tirosinoquinase para alvos variados. Estima-se hoje que até 49% dos tumores sólidos possuam, pelo menos, um alvo potencialmente terapêutico.
A detecção precoce do câncer é uma meta desejada ansiosamente por todos; por isso, continua sendo prioridade para a comunidade de pesquisa oncológica. Essa detecção precoce traz múltiplas vantagens, como aumentar as chances de sucesso no tratamento do paciente, prolongar sua sobrevivência e melhorar substancialmente sua qualidade de vida.
Estima-se que 13% de todos os casos de câncer em 2018 possam ser atribuídos a infecções, segundo nova pesquisa global do Grupo de Estudos em Infecção e Epidemiologia do Câncer, da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) da França. Isso representa cerca de 2,2 milhões de casos de câncer diagnosticados em todo o mundo, o que corresponde a uma taxa de incidência padronizada por idade (ASIR) de 25 casos por 100 mil pessoas/ano.
Um ensaio de fase I sobre segurança, tolerabilidade, farmacocinética e eficácia do AMG 510 foi considerado pioneiro e um dos estudos mais importantes de 2019. Seu autor principal é Ramaswamy Govindan, da Escola de Medicina da Washington University, em St. Louis, nos EUA.
Os avanços no entendimento das alterações genéticas tumorais ocorreram de maneira muito rápida e profusa, bem como as tecnologias para identificá-las, que se estenderam muito além dos exames tradicionais de imuno-histoquímica (IHQ), hibridização in situ fluorescente (FISH) e reação de polimerase em cadeia em tempo real para amplificação e identificação de variações e mutações gênicas (PCR-RT), empregados pela comunidade oncológica brasileira.