Por Dr. Celmo Celeno Porto – O grande desafio que temos diante de nós é a conciliação entre o método clínico e a tecnologia médica. Compreender que um não substitui o outro e que não há conflito entre ambos é o primeiro passo para aprender e exercer uma medicina de excelência. Dito de outra maneira: o grande desafio é saber reunir, no mesmo ato, o lado técnico da medicina e nossa condição humana. Disse “nossa” porque tanto o paciente como o médico não podem se esquecer de que, antes de tudo, somos humanos, eventualmente travestidos de doente – o paciente – e de profissional – o médico ou o aprendiz de médico, no caso do estudante de medicina – que cuida dele.
Por Dr. Celmo Celeno Porto – Potencialmente, haverá efeito placebo toda vez que houver interação de um médico com o paciente (placebo vem do verbo placeo, que significa agradar). Este efeito está embutido em qualquer tipo de tratamento. Daí a necessidade de se reconhecer a existência do “efeito placebo” ou da “ação droga do médico”, na expressão de Balint, como componente de suas ações, não só para compreender o que está acontecendo com o paciente, como também para tirar dele o máximo proveito na prática cotidiana.
Por Dr. Celmo Celeno Porto – Decisão compartilhada, aliança terapêutica e parceria na cura são expressões que surgiram na literatura médica para expressar uma maneira diferente de exercer a medicina e de cuidar de pacientes. Elas fazem contraposição ao tradicional autoritarismo do médico como herdeiro do modelo hipocrático.
Por Dr. Celmo Celeno Porto – Um bom raciocínio clínico tem duplo objetivo: identificar a doença e conhecer o paciente. Medicina de excelência, aquela que agrada ao paciente e gratifica o médico, é, portanto, a somatória desses dois objetivos.
Por Dr. Celmo Celeno Porto – Este é um tema delicado, mas é necessário abordá-lo: o curso de Medicina pode ser fonte de ansiedade? Ao que eu saiba, quem primeiro levantou a questão do curso de Medicina como gerador de tensões e ansiedades foi o educador George Miller, autor do famoso livro Pedagogia Médica, cuja 1a edição em português foi publicada em 1967 e teve grande influência na formação de professores de medicina daquela época.