A vinculação do envelhecimento à ideia de perda parece estar impregnada na dinâmica das relações sociais que vivemos. No entanto, Jack Messy (1999, p. 18) nos remete à noção de envelhecimento como aquisição, “pelo simples fato de que só perdemos aquilo que possuímos”. O envelhecimento, então, passa a ser visto não mais como uma sucessão interminável de perdas, mas como um processo vivido na tessitura de perdas e aquisições.
A intervenção do Curador Ferido se expressa na presença solidária, na mão estendida, no olhar desvelado, no ouvido perscrutador, no toque reconfortante, na verdade, na palavra amiga, no silêncio profundamente eloquente.
O aumento da longevidade nos surpreende, transgredindo o padrão da cronologia das idades e empurrando a velhice para adiante. As pesquisas demográficas claramente demonstram isso (Camarano e Kanso, 2016). Assim, se queremos viver muito, podemos dizer, inspirados na poesia lusitana, que envelhecer é preciso, e morrer (não é preciso?) continua obrigatório.