A vinculação do envelhecimento à ideia de perda parece estar impregnada na dinâmica das relações sociais que vivemos. No entanto, Jack Messy (1999, p. 18) nos remete à noção de envelhecimento como aquisição, “pelo simples fato de que só perdemos aquilo que possuímos”. O envelhecimento, então, passa a ser visto não mais como uma sucessão interminável de perdas, mas como um processo vivido na tessitura de perdas e aquisições.
A intervenção do Curador Ferido se expressa na presença solidária, na mão estendida, no olhar desvelado, no ouvido perscrutador, no toque reconfortante, na verdade, na palavra amiga, no silêncio profundamente eloquente.
Por Dra. Ana Beatriz Galhardi Di Tommaso – Recentemente, estive no 21º Congresso Mundial de Geriatria e Gerontologia em São Francisco/Califórnia, promovido pela International Association of Gerontology and Geriatrics (IAGG). Considerado um dos mais importantes na área da geriatria e gerontologia, é promovido a cada quatro anos e reúne colegas de todo o mundo.
O aumento da longevidade nos surpreende, transgredindo o padrão da cronologia das idades e empurrando a velhice para adiante. As pesquisas demográficas claramente demonstram isso (Camarano e Kanso, 2016). Assim, se queremos viver muito, podemos dizer, inspirados na poesia lusitana, que envelhecer é preciso, e morrer (não é preciso?) continua obrigatório.