Os antimoniais pentavalentes por via sistêmica ainda constituem a primeira linha de tratamento da leishmaniose cutânea (LC). O antimoniato de meglumina (AM) é apresentado em ampolas de 5 mL, contendo 1,5 g de N-metil-glucamina, equivalente a 405 mg de antimônio pentavalente (Sb5+). Portanto, cada mL corresponde a 81 mg de Sb5+.1 A administração pode ser por via intramuscular (IM) ou intravenosa (IV); a última é capaz de diminuir o desconforto local. Caso se utilize a via IV, não há necessidade de diluição, embora o produto possa ser administrado com solução glicosada por comodidade.2
Por Dr. Armando de Oliveira Schubach – A leishmaniose tegumentar americana (LTA) pode ser entendida como um complexo de doenças causadas por diferentes espécies de Leishmania, transmitidas por insetos da família Phlebotominae. A LTA está presente em todos os estados brasileiros e pode afetar a pele (leishmaniose cutânea [LC]) e a mucosas das vias respiratórias e digestivas superiores (leishmaniose mucosa [LM]). Leishmania (Viannia) braziliensis é o agente etiológico mais frequente e mais disperso no território brasileiro, além de ser o principal agente causal da LM na América do Sul.1-3
Por Dr. Armando de Oliveira Schubach – Apesar da experiência satisfatória aos esquemas terapêuticos alternativos com antimoniato de meglumina para tratamento da leishmaniose cutânea (LC) no Rio de Janeiro, tais esquemas não têm sido adotados em outras regiões do país.1-12 Isso pode ser parcialmente explicado pela crença de que a utilização de subdoses de antimônio poderia implicar no desenvolvimento de resistência aos antimoniais, ou poderia ser um fator de risco para o desenvolvimento de leishmaniose mucosa (LM).13-16
Por Dr. Armando de Oliveira Schubach – Desde que Gaspar Vianna, em 1914, introduziu o tártaro emético no tratamento da leishmaniose tegumentar americana (LTA), os antimoniais continuam sendo utilizados mundialmente para o tratamento de todas as formas de leishmaniose. Na década de 1940, os antimoniais trivalentes, pouco tolerados pelos pacientes, foram substituídos pelos antimoniais pentavalentes. Embora mais bem tolerados, os antimoniais pentavalentes também são administrados por via intramuscular ou intravenosa e apresentam toxicidade importante.