Deve-se observar e corrigir desidratação decorrente de alto fluxo de líquidos perdidos pelo trajeto, hiponatremia, hipocalemia e acidose metabólica. Nessa etapa, apesar de, em virtude dos altos débitos provenientes das fístulas, o uso de suporte nutricional parenteral muitas vezes ser mais atrativo, deve-se considerar que 20% do aporte calórico estimado por via enteral são suficientes para proteger a integridade da barreira mucosa, assim como os aspectos imunológicos e hormonais do intestino. Deve-se, portanto, ter sempre em mente a importância da utilização da via enteral ou da combinação do suporte enteral e parenteral associados.
Inicialmente, os princípios cirúrgicos basearam-se em reparações anatômicas, visando a uma reparação orgânica primária e definitiva. Na última década, foi dada uma maior importância à correção dos problemas fisiológicos, levando ao conceito de cirurgia de controle de danos, com ênfase especial na necessidade da manutenção do abdome aberto (laparostomia ou peritoneostomia).
Professor Livre-Docente e Titular de Cirurgia Geral da Universidade de Santo Amaro (UNISA). Coordenador do Curso de Medicina da UNISA. Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD). Fellow do American College of Surgeons e da American Association for the Surgery of Trauma. Diretor do Capítulo de São Paulo da Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT).