Na década de 1960, o emblemático cantor e compositor americano Cat Stevens compôs a música Where do the children play?, em alusão às grandes mudanças da época e à repercussão destas nas vidas das crianças (“Well I think it's fine, building jumbo planes / Or taking a ride on a cosmic train... / We're changing day to day / But tell me, where do the children play?” – ou seja, podem construir aeronaves supersônicas ou cósmicas, mas onde as crianças brincarão?). Mal imaginava ele que quase 50 anos depois seu refrão retornaria tão atual durante a pandemia do novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19.
Estimativas apontam que, no ano de 2050, 10 milhões de pessoas morrerão em decorrência das bactérias multirresistentes (contra 8,5 milhões por câncer), o que gerará um custo de US$ 100 trilhões. A disseminação de agentes patogênicos resistentes aos antibióticos tornou-se uma preocupação crescente em virtude do potencial para infecções bacterianas não tratáveis, o que conduziu a uma era pós-antibiótica. Na verdade, alguns especialistas têm equiparado a ameaça representada pela resistência aos antibióticos à do aquecimento global.
Professor Associado do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG). Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq (nível 2). Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UFG. Graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP), com Especialização em Pediatria e em Infectopediatria, Mestrado e Doutorado pela USP, e Pós-Doutorado pela University of British Columbia (UBC), Vancouver, Canadá.