A Urologia é uma das dez especialidades com maior ocorrência da síndrome de Burnout (SB), figurando em primeiro lugar quando o critério é a gravidade dos sintomas. No último congresso da American Urological Association, realizado em Chicago, o tema foi destaque em uma sessão plenária. Sem dúvida, o assunto merece reflexão e constitui um desafio a ser enfrentado pelas sociedades médicas, que deverão incluí-lo obrigatoriamente na pauta de seus próximos congressos.
Na medicina ocupacional, há determinados modismos que se sucedem uns aos outros ao longo do tempo. Na década de 1980, a doença ocupacional que recebia destaque frequente nas manchetes dos jornais era a LER (lesões por esforços repetitivos), depois renomeada como LER-DORT (lesões por esforços repetitivos-distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho). Em seguida, veio a PAIR (perda auditiva induzida pelo ruído). Na década de 2000, a ênfase passou para a fibromialgia e, há alguns anos, a “síndrome de burnout” ganhou evidência.
A expressão “síndrome de burnout” foi cunhada pelo psicanalista americano Herbert Freudenberger em 1974. O nome deriva da locução verbal inglesa to burn out – queimar por completo, consumir-se. As pessoas apresentavam um processo gradual de desgaste do humor e/ou desmotivação, com sintomas físicos e psíquicos, como um “estado de exaustão”, em resposta ao estresse emocional crônico causado por atividades no trabalho que envolviam um alto grau de contato com outras pessoas (Freudenberger, 1974).