Transplante de barba com a técnica FUE com DNI

Transplante de barba com a técnica FUE com DNI

Com o avanço das técnicas para o transplante capilar, mais especificamente com o desenvolvimento da técnica de excisão de unidade folicular, a chamada FUE (folicular unity excision), tornou-se possível retirar fios da barba e transplantá-los para áreas da barba e do couro cabeludo, para o tratamento de falhas ou rarefações na barba, além da calvície androgenética. Essa técnica consiste na retirada de cada unidade isoladamente e posterior implantação na área desejada. Utiliza-se um equipamento motorizado que, por meio de um punch, faz uma incisão circular ao redor de cada unidade folicular, liberando-a para ser retirada com uma pinça e, em seguida, estas unidades são implantadas na área receptora.

 

Os tipos de transplante são: fios do couro cabeludo transplantados para a barba, fios da barba para a barba ou fios da barba para o couro cabeludo.

 

A área da barba doadora é preferencialmente a do pescoço, logo abaixo da linha mandibular inferior. Dependendo da extensão e da densidade de fios nessa região, podemos preencher desde pequenas falhas até a barba toda. 

 

Esses são os fios de preferência na reconstrução da barba, por serem fios semelhantes aos do rosto e, portanto, permitem resultados mais naturais. Mas, casos em que os fios de barba são insuficientes, opta-se por retirar fios do couro cabeludo. Muito importante nesses casos é avaliar as características capilares do paciente. Os pacientes com previsão de evoluir para grandes calvícies ou os que possuem área doadora do couro cabeludo escassa devem ser orientados adequadamente para não se arrependerem no futuro. Os fios da área doadora são limitados e esgotáveis, ou seja, uma vez retirados eles não nascem novamente, assim haverá menos fios disponíveis para tratar uma eventual queda de cabelo.

 

No tratamento da calvície, por sua vez, os fios de barba são utilizados somente quando o paciente não tem área doadora capilar suficiente para o preenchimento da área calva. Nesses casos, as diferenças entre os fios de barba e os de cabelo podem comprometer o resultado final. Mesmo assim, em alguns casos, essas diferenças são toleráveis ou mesmo contornáveis com procedimentos cosméticos, como o alisamento de cabelo.

 

Os fios de barba começam a se desenvolver durante a puberdade no rosto dos adolescentes, primeiro como uma penugem e vão progressivamente aumentando a densidade e a espessura em resposta ao aumento dos hormônios sexuais masculinos.

Dessa forma, cada um terá um padrão de barba diferente, quanto à sua densidade e distribuição. No ocidente, os diferentes usos da barba seguem padrões de moda, além de simbolizarem também o pertencimento a determinado grupo e pensamento. Hoje, podemos acompanhar uma mudança no conceito do uso da barba como parte do arsenal estético do homem moderno. Com isso, a busca pelo transplante de barba tem aumentado consideravelmente. Um exemplo muito comum são os pacientes que buscam o transplante para preencher ou aumentar a densidade da barba para parecerem mais velhos e serem mais respeitados no ambiente de trabalho. Outra motivação comum é a correção de cicatrizes inestéticas no rosto por sequela de queimadura ou traumas de face.

 

A cirurgia de transplante de barba segue alguns princípios e técnicas utilizadas no transplante capilar, porém com algumas diferenças. Os fios do couro cabeludo são, na grande maioria, agrupados, mais finos e mais lisos. A pele do couro cabeludo, por sua vez, é mais espessa e dura, e há, nesta região, o arcabouço ósseo para apoiar e tracionar a pele, dando maior estabilidade. Os fios de barba são, na sua maioria, únicos, mais grossos e estão mais superficiais na pele, que é mais fina e mais elástica. Essas diferenças fazem a retirada da barba ser mais trabalhosa e geralmente mais difícil.

 

Após a retirada, iniciamos a colocação com a técnica DNI (do inglês Dull Needle Implanter) desenvolvida pelo Dr. Mauro Speranzini e sua equipe. Nessa técnica, os tradicionais implanters afiados são modificados e transformados em cânulas. São realizadas as incisões prévias com uma lâmina de 0,7 a 0,8 mm na área receptora e, com o uso dos desses implanters modificados, são colocados os folículos. Com isso, evita-se o trauma causado pelo uso das tradicionais pinças. Além disso, essa técnica possibilita a colocação em incisões menores do que as realizadas pelos implanters afiados. Isso significa menor trauma tanto na área receptora quanto nos enxertos que são minimamente manipulados. Como a pele dessa região é mais elástica, mole e sem nenhuma estrutura de apoio, em comparação ao couro cabeludo, o uso da técnica DNI facilita e acelera a colocação, em comparação com a colocação com outras técnicas.

 

O transplante de barba é uma cirurgia que exige conhecimento da anatomia e da técnica, além de muito treino. Quando realizada com primor e dedicação, permite ótimos resultados, resgatando a autoestima e a autoconfiança dos pacientes.

 

 

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