Como geriatra, tenho sido questionada diariamente sobre todos os cuidados que as pessoas idosas devem tomar para que fiquem protegidas do novo coronavírus.
No começo desta pandemia, minha resposta era sempre a de que os idosos deveriam ficar em casa. Pronto: uma resposta objetiva e bastante prática. Entretanto, estamos agora na terceira semana de quarentena e percebo que o desafio é muito maior do que apenas deixar os idosos isolados. Precisamos garantir que os alimentos cheguem até eles, que sigam bebendo líquidos no volume adequado, que tenham boa qualidade de sono, que tomem o sol do início da manhã, que mantenham o humor preservado.
Por Dra. Ana Beatriz Galhardi Di Tommaso – Recentemente, estive no 21º Congresso Mundial de Geriatria e Gerontologia em São Francisco/Califórnia, promovido pela International Association of Gerontology and Geriatrics (IAGG). Considerado um dos mais importantes na área da geriatria e gerontologia, é promovido a cada quatro anos e reúne colegas de todo o mundo.
Muitas vezes, quando pensamos em um indivíduo idoso, a primeira imagem que nos vem à mente é a de alguém vulnerável, que a qualquer momento pode evoluir com uma doença grave e fatal. Essa visão é certamente equivocada e representa o final de um processo mal sucedido de envelhecimento, e não a realidade que buscamos ao promover diariamente a melhora da saúde e da qualidade de vida daqueles com mais de 60 anos.
Médica Geriatra. Formada pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp). Especialista em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Médica Assistente do Ambulatório de Longevos da disciplina Geriatria e Gerontologia da EPM/Unifesp. Membro da Comissão Permanente de Cuidados Paliativos da SBGG.