Acne e Autoestima na Adolescência

Acne e Autoestima na Adolescência

A acne é um processo inflamatório que causa comedões, pápulas, pústulas, nódulos e cicatrizes. Esse quadro é muito prevalente e atinge tanto homens como mulheres, principalmente no período da puberdade.


Pode ser responsável por perda da autoestima e por alterações emocionais significativas. A transição do período da infância para a idade adulta é, por vezes, muito estressante e complexa. Trata-se de um momento em que meninos e meninas estão se desenvolvendo, trocando as características infantis pelas de adultos e, muitas vezes, tentando ser aceitos pelo grupo. Mesmo em um período de transição saudável, essa fase pode causar bastante sofrimento, porque as mudanças emocionais e físicas são profundas e difíceis de serem metabolizadas. Os pais de crianças e adolescentes acometidos pela acne precisam estar atentos ao comportamento dos filhos.


Nos últimos anos, a discussão profissional e científica sobre as alterações psíquicas do adolescente com acne vem aumentando e se aprofundando. A seguir, estão enumerados alguns dos problemas que podem ocorrer nesses casos.


  • Autoestima e imagem corporal: os adolescentes com acne podem evitar o contato olho no olho. Alguns deixam o cabelo crescer para esconder o rosto, e as meninas usam maquiagem pesada e inadequada, o que pode piorar a acne. Quando os adolescentes têm acne no tronco, evitam participar dos eventos esportivos em grupo
  • Convívio pessoal e construção de relacionamentos: os adolescentes se sentem inseguros e evitam novos contatos, principalmente afetivos e de namoro. Tendem a se isolar. Justamente nesse período, em que são ampliados os relacionamentos, ficam reclusos e podem desenvolver fobia social
  • Trabalho e estudo: alguns jovens com acne não querem mais ir à escola ou ao trabalho. A acne também contribui para que eles tenham menores chances de escolhas profissionais, pois evitam aquelas que dependem de boa aparência. Devido ao comprometimento da autoestima, podem não ter sucesso no estudo e no trabalho por vergonha e falta de iniciativa.

Em alguns casos, os pacientes com acne desenvolvem depressão, iniciada em parte pela baixa autoestima. Certos sinais de depressão nessa fase precisam ser reconhecidos pelos pais, como perda de apetite, letargia, variações de humor, problemas de comportamento, choro espontâneo, falta de sono, falta de indignação.


A acne na adolescência, portanto, pode significar isolamento ou dificuldade escolar extrema. É comum que alguns pais ouçam de seus filhos frases como: “não tenho vontade de acordar pela manhã”, “seria melhor se eu morresse”, “você estaria melhor sem mim”.


Em casos graves, pode haver tentativa de suicídio. É preciso lembrar também que, muitas vezes, a depressão que ocorre na acne está relacionada ao tratamento com isotretinoína.


Como vemos, a acne é muito mais relacionada à depressão do que à medicação, devido a todas as mudanças vividas pelo adolescente. Nesse sentido, é importante tratar a acne tão logo ela apareça para evitar sequelas físicas e emocionais. Entre os tratamentos medicamentosos disponíveis, estão retinoides tópicos, antibióticos tópicos e sistêmicos, isotretinoína e pílulas anticoncepcionais.


Devemos lembrar que as mulheres, inclusive adolescentes, podem apresentar ovário policístico associado ao quadro de acne. Para estes casos, além dos tratamentos convencionais, podem ser utilizados peelings e laser.


É muito importante alertar os pais para que fiquem atentos e ajudem o jovem a buscar auxílio médico especializado para tratar a acne e a dar continuidade ao tratamento, que, muitas vezes, envolve também ajuda psicológica/emocional.


GEN MedClass | Melasma

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