A Importância do Anestesiologista
- 13 de out de 2016
A anestesia é considerada uma das maiores descobertas da medicina desde a primeira demonstração pública, realizada em 1846, no Massachusetts General Hospital da Harvard University. O procedimento tornou possível a realização de cirurgias sem o sofrimento da dor; com isso, pacientes com enfermidades cada vez mais graves passaram a ser submetidos a procedimentos mais complexos.
O anestesiologista é um profissional altamente qualificado que cuida da vida e da segurança do paciente durante a cirurgia. Sua importância é singular em todo o período perioperatório. Por lei, ele deve realizar a avaliação pré-anestésica de todo paciente submetido a cirurgia com anestesia, o que permite identificar se o paciente está nas suas melhores condições para ser operado e reduz o risco de complicações.
No centro cirúrgico, o anestesiologista realiza desde sedações, anestesias regionais, como raquianestesia, peridural e outras, até a anestesia geral. Durante todo o procedimento cirúrgico, ele fica ao lado do paciente, certificando-se de que tudo esteja bem e mantendo respiração e pressão arterial do paciente adequadas. Caso ocorra qualquer tipo de complicação durante a cirurgia, o profissional prestará rápido atendimento. No pós-operatório, o anestesiologista pode colaborar com a recuperação do paciente, realizando o controle da dor.
Na maioria das vezes, quando os pacientes estão sob os cuidados desse profissional, encontram-se dormindo, sob sedação ou anestesia geral, o que faz com que a especialidade se torne misteriosa. Adiciona-se a isso o fato de tal profissional não realizar atendimento de consultório horizontal, ou seja, não acompanhar a evolução do doente.
Muitos pacientes dizem ter medo da anestesia, pois ela é o momento exato do início de todo procedimento cirúrgico, estando os pacientes, portanto, ainda em estado de vigília. A principal preocupação relatada é o medo de não acordar da anestesia, o que pode ser traduzido como medo de morrer. Nesse sentido, a consulta pré-anestésica permite que o anestesiologista conheça o paciente com antecedência e se planeje para a cirurgia. Além disso, tal consulta pode reduzir a ansiedade do paciente, por meio do esclarecimento de suas dúvidas.
No momento da cirurgia, é utilizado monitoramento que informará ao profissional que tudo está ocorrendo bem com o paciente enquanto ele dorme. Todos os parâmetros vitais, como pressão arterial, frequência e ritmo cardíacos, quantidade de oxigênio no sangue, temperatura e outros, são monitorizados em tempo real para garantir toda a segurança ao paciente.
O anestesiologista utiliza em média 10 a 15 medicações diferentes no intraoperatório, a fim de garantir que o paciente esteja dormindo, sem dor e sem se mexer. Tais medicações podem causar alergia ou ter interações com os medicamentos de que o paciente faz uso em casa, podendo ser necessário mudar o tipo de medicação da anestesia ou alterar sua dose. Também influencia o histórico de doença, no qual o anestesiologista poderá alterar a técnica anestésica para garantir maior segurança.
A sedação é utilizada apenas em procedimentos indolores (por exemplo, ressonância magnética) ou associada a anestesia local ou regional, pois permite apenas que o paciente durma, mas ainda pode sentir dor. A anestesia geral é o estado de inconsciência completa, com ausência de dor e movimento. Tal técnica anestésica permite a realização de qualquer procedimento cirúrgico. Durante a anestesia geral, o anestesiologista, com auxílio de equipamentos específicos, mantém a respiração do paciente de forma artificial. Já na anestesia loco-regional, apenas um nervo ou um conjunto de nervos específicos no corpo é anestesiado, não sendo necessário que o paciente durma. Essa técnica anestésica é muito útil para evitar dor no período pós-operatório, em virtude de seu maior tempo de ação, que compreende podendo o paciente já estar acordado e fora do centro cirúrgico. Independente da técnica anestésica, em todos os casos o paciente deverá estar monitorizado e acompanhado de um anestesiologista.
A existência da anestesia possibilita a realização dos mais complexos procedimentos cirúrgicos. Entretanto, como todo procedimento médico, existem complicações e riscos. Os riscos e benefícios de um procedimento devem ser sempre considerados antes de sua realização. O mesmo se aplica à anestesia. Existem riscos implícitos, como alergias a uma medicação que se desconhecia, ou, no caso da anestesia geral, dificuldade no auxílio à respiração artificial do paciente. Por isso, deve-se sempre levar em consideração se o paciente se encontra no melhor momento para ser submetido a uma cirurgia, o que reduz os riscos.